domingo, 17 de março de 2019

SER FORTE OU FRACA? TEMOS O DIREITO DE FRAQUEJAR?

Hoje não me sinto uma das pessoas mais fortes que já vi, ou acho que o mais correto seria: hoje não sou forte o quanto pensei que fosse.
Vi o resultado do laudo da minha RM, que peguei no site do HC, e gente, de verdade, não gostei de nada do que li.
No momento que terminei de ler, a sensação que tive foi de ter voltado 5 anos atrás e me vi no mesmo abismo que eu tava caindo quando me falaram que um monte de absurdos.
Comecei a pensar como? Como??? Tanto tempo depois e ele tá aqui, de novo. Minha consulta é daqui uma semana, mas meu médico Dr João, já irá ver o exame junto com a equipe para no dia já me dar algo concreto.
Lágrimas escorreram, soluços vieram, um nó na garganta, como se tivessem me sufocando.
Misturas de sentimentos e pensamentos me dominaram e dominam até agora. Não entra na cabeça. E agora eu tenho a certeza de que, não estou calejada como sempre falei em relação ao desmoide. Eu, logo eu, que sempre ajudei as pessoas, que me procuram justamente para entender a tal Fibromatose Agressiva.
Eu não questiono Deus não, isso eu aprendi, mas já perguntei o Pra Quê de novo. Pra que tudo isso novamente.
Achei que minha provação já tinha sido paga entendem?
Sei que as pessoas não fazem por mal, grande parte, e que é do ser humano dizer em situação difícil que tudo vai ficar bem e que tem que ser forte.,que tô sofrendo por antecedência (talvez), que não preciso chorar.
Eu tô cansada e ninguém consegue me entende.
Estou cansada de ser forte.
Eu sou humana.
Quero chorar. Tenho esse direito.
Tô desanimada. Tenho esse direito.
Tô cansada de lutar. Tenho esse direito.
Eu tenho direito a tudo isso. A esse momento.
Eu posso ser fraca. Posso fraquejar. E não quero ninguém me cobrando nada.
Só quero alguém que diga que me entende, que posso chorar, e que estará ali comigo quando estiver pronta pra me levantar. Só isso.
Ninguém sabe, a não ser nós desmoideanos, como é viver com a incerteza e angústia. A cada ano, a cada exame de controle, a cada dor diferente… e não saber se é um tumor, ou se é apenas uma dor muscular.
Não posso reclamar, tenho pessoas ao meu lado que me apoiam, são poucas que me entendem, e essas são as mais importantes.
Minha família, meu namorado, minhas poucas amigas de verdade.. agradeço por tudo.
Não me faço de vítima!
Eh um sentimento que não sei explicar.
A única coisa que sei eh que tenho que conviver com uma certeza: sou portadora de uma doença rara, a qual ninguém sabe da onde vem, que não tem cura, que dá lesões, e que diariamente eh na incerteza, angústia e dúvida! Ah, Não eh contagioso!

PAI, ME SEGURA EM SEUS BRAÇOS!

Por mais que eu saiba de grande parte sobre o TD, e de possibilidade de recidiva dele (acho que eh por isso que tô desanimada / não era pra voltar após 5 anos e meio), eu preciso lutar comigo mesma.
Preciso voltar a acreditar que isso só veio para me mostrar algo que não enxergo. Preciso voltar a acreditar que ficarei bem, e que se venci uma, vencerei duas.

Sei que tem muitos que se identificam comigo, e sei também que todos somos guerreiros, pois, só nós desmoideanos, sabemos o que eh ser um. Dores diárias (física/ psicológica), medos, incertezas, angústias, tratamento, vergonha (tumor visível e gigante as vezes), impossibilidade, limitações, etc…

Mas, temos o direito de ser fracos por instantes, e voltar com força para enfrentar.

Assim que souber a opinião do meu médico a respeito do resultado da RM, volto para contar.

Beijos!

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