sexta-feira, 31 de maio de 2013

Como reagi ao diagnóstico

Confesso que não fiquei muito assustada no começo, até porque o médico que veio falar comigo, explicou que era um tumor raro e benigno, porém de difícil tratamento porque ele tinha chances de voltar após a cirurgia (que seria extremamente difícil). Mas que eu não precisaria me preocupar, até porque, 7 anos com ele, se fosse maligno, já era para eu ter ido para outro plano. 

Explicou mais ou menos o que esse tumor era, mas que era operar, fazer tratamento para acompanhar e para poder saber como iria ser. Pra mim, era apenas uma massa que cresceu num lugar que não deveria. Não dei muita importância em procurar saber o que realmente significava, estava convicta que não era nada demais e confiei no que me disseram. A essa altura o Dr Peter só acompanhava, pois, como era apenas ortopedista, não havia muito o que fazer. 

Quando o oncologista passou a me atender, achei normal, porém, estranho porque ninguém tinha me encaminhado para ele. Pronto, essa consulta foi inesquecível e perdi meu chão!

O "infeliz" me disse na lata: Priscila, o tumor é maligno, a cirurgia será extremamente difícil e de grandíssimo porte. Iremos retirar sua escápula, tirar o que puder do tumor, teremos que fazer um enxerto da tua perna para poder ter circulação, e esperamos que não tenha lesão maior, pois, a axila é uma região cheia de vasos sanguíneos, o que pode dar hemorragia. Logo após a operação, iremos entrar com a radioterapia, medicação, e se precisar, quimioterapia. Estamos cogitando também a amputação. E ainda me pergunta: preciso saber se ainda quer operar.

PERAÍ!!! Então tudo que me disseram esse tempo todo era mentira??? Não tive reação, só chorava e minha mãe também. Naquele momento, saí da sala achando que tava morrendo e ninguém queria me contar...q isso!!! Desse dia em diante não tive mais vida e nem sossego. Varei madrugadas pesquisando a respeito e vi que não era nada daquilo que me disse. Tratamento difícil ok, recidiva ok, lesões ok, mas maligno....ah isso IMPOSSÍVEL ser se tratando de tumor desmóide. Até que achei o blog Cuide-se, da querida Fernanda, que também tem desmóide. Um anjo que veio pra mim naquele momento.

Agora, como um cara que se forma em ortopedia e oncologia, age assim com o paciente! A pessoa se mata fácil! Para mim não passa de um nada. Não sabe nem o que tá fazendo dentro do Hospital São Paulo.

Vi que ele foi infeliz no que me disse, tá certo que tem que dizer tudo que pode ou não acontecer, mas não precisa ser do jeito que foi. Traumatizou.

Corri feito doida atrás de outras opiniões médicas, e todos me disseram a mesma coisa, NÃO É MALIGNO. Isso me tranquilizou e me trouxe de volta a vida a esperança.


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